Pesquisadores da Fundação de Medicina Tropical ganham destaque entre os cientistas mais influentes do Brasil em políticas públicas 

A Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), instituição referência em pesquisa e atendimento em doenças tropicais, conquistou um importante marco na ciência brasileira. 

Três dos nossos pesquisadores foram incluídos no relatório internacional da base Overton, produzido em parceria com a consultoria BORI, que identificou os 107 cientistas brasileiros com maior influência em políticas públicas no mundo. 

Os nomes que representam a FMT-HVD nessa lista são: Vanderson de Souza Sampaio, Wuelton Marcelo Monteiro e Marcus Vinicius Guimarães Lacerda.

O levantamento analisou quantas vezes os estudos desses cientistas foram citados em relatórios técnicos, pareceres, documentos de organismos internacionais e políticas governamentais, demonstrando impacto prático de suas pesquisas. 

Esse tipo de reconhecimento vai além da academia: mostra que o conhecimento produzido na Amazônia influencia diretamente decisões estratégicas de saúde pública no Brasil e no mundo. 

A importância para a FMT-HVD e para a Amazônia 

A presença de três pesquisadores de uma única instituição na lista reflete o papel da FMT-HVD como centro de excelência científica e de formulação de políticas em saúde tropical. O reconhecimento reforça a importância da pesquisa feita na Amazônia para os desafios globais, especialmente em temas como malária, doenças negligenciadas, envenenamentos, febres virais e saúde indígena. Além do prestígio, o feito abre portas para novas parcerias, financiamento de pesquisas e fortalecimento da integração entre ciência e serviço público de saúde, essenciais para o enfrentamento das doenças tropicais que ainda afetam milhões de brasileiros. 

Vanderson de Souza Sampaio: o epidemiologista da Amazônia Pesquisador da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e da FMT-HVD, Vanderson de Souza Sampaio é reconhecido pela atuação em vigilância epidemiológica, doenças infecciosas e análise de dados em saúde pública. Seu trabalho aborda problemas diretamente relacionados ao cotidiano da Amazônia, como malária, tuberculose e surtos virais. Em estudo publicado sobre coinfecção de tuberculose e malária, Sampaio e colegas mapearam áreas críticas do Amazonas, um conhecimento usado para orientar ações de vigilância e imunização. Ele também é coautor de análises sobre o surto de sarampo na região amazônica, que auxiliaram na reestruturação de estratégias de vacinação. Essa linha de pesquisa mostra como sua atuação ultrapassa o ambiente acadêmico, alimentando políticas públicas baseadas em evidências. Com sólida experiência em vigilância de campo, Sampaio tem sido um elo entre a ciência, o serviço de saúde e os gestores públicos, promovendo a integração entre dados científicos e tomada de decisão.

Wuelton Marcelo Monteiro: ciência aplicada à saúde amazônica Professor da UEA e pesquisador da FMT-HVD, Wuelton Marcelo Monteiro tem trajetória marcada pela pesquisa em doenças negligenciadas e toxicologia clínica, com foco em soluções práticas para comunidades amazônicas. Entre suas contribuições mais reconhecidas está o estudo “Driving forces for strengthening the surveillance of Chagas disease in the Brazilian Amazon”, no qual propõe o treinamento de microscopistas de malária para identificar também a doença de Chagas, uma medida simples, de grande impacto na vigilância integrada de doenças endêmicas. O pesquisador também é referência em estudos sobre a deficiência de G6PD e o uso seguro da primaquina no tratamento da malária vivax, tema central para protocolos de saúde na Amazônia. Essas pesquisas são utilizadas para orientar políticas terapêuticas e protocolos nacionais de tratamento da malária. Além da produção científica, Wuelton coordena projetos de capacitação em municípios e distritos indígenas para melhorar o acesso ao tratamento de acidentes ofídicos (picadas de serpentes), um problema de saúde pública relevante na região. 

Marcus Vinicius Lacerda: referência mundial em malária Reconhecido internacionalmente como um dos maiores especialistas em malária na Amazônia, Marcus Lacerda é médico e pesquisador da FMT-HVD, com trabalhos que influenciaram protocolos nacionais e internacionais de combate à doença. Seus estudos sobre a malária vivax e a segurança de novas terapias, como a tafenoquina, têm sido citados por organizações globais, incluindo a OMS e o Ministério da Saúde do Brasil, no desenho de políticas de diagnóstico e tratamento. Em 2025, a revista The Lancet destacou sua trajetória como exemplo da importância da pesquisa amazônica para a saúde global. Lacerda também participa de colaborações científicas que buscam entender a relação entre malária, tuberculose e deficiências genéticas, contribuindo para a formulação de estratégias de prevenção integradas. Sua produção científica, amplamente citada, não apenas fortalece o papel da FMT-HVD no cenário global, como também traduz o conhecimento acadêmico em ações concretas de saúde pública. 

Ciência amazônica que transforma políticas 

O reconhecimento de Vanderson Sampaio, Wuelton Monteiro e Marcus Vinicius Lacerda entre os 107 cientistas brasileiros mais influentes em políticas públicas é a comprovação de que a ciência feita na Amazônia tem impacto direto sobre decisões que salvam vidas. Eles representam uma geração de pesquisadores comprometida com a tradução do conhecimento em ação, enfrentando desafios de acesso, logística e diversidade da região amazônica. Com esse reconhecimento, a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado consolida-se como um pilar estratégico para a ciência brasileira, mostrando que a pesquisa de ponta também nasce na floresta, e ecoa nas políticas de saúde do mundo inteiro.

Vanderson Sampaio


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